Dados do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelaram que cresceu o número de casas brasileiras com pessoas morando sozinhas. Isso ocorreu em todas as faixas etárias, inclusive na de idosos.
No Sesc em Castanhal, o Trabalho Social com Pessoas Idosas promove o debate sobre o tema através do Grupo Plenitude onde, dos 200 integrantes inscritos, 70 moram só. Chamado de “Só Erguendo”, este recorte do grupo traz “pessoas idosas, homens e mulheres que moram só e se reúnem uma vez por mês, para compartilharem suas experiências das ‘dores e delícias’ de se morar só”, explicou a analista da unidade, Hildeana Nogueira.
O Censo 2022 apontou que subiu de 21,5% para 28,7% o número de pessoas com 60 anos ou mais que moram sozinhas. Isso é o reflexo do aumento da expectativa de vida e de um envelhecimento mais ativo da população, como o que é proporcionado pelo Sesc através do TSPI. “Morar só é ficar sempre de bem contigo. É querer fazer todas as tuas tarefas domésticas e sociais no tempo que tu quiseres, do seu jeito preguiçoso de ser, por causa da idade”, brincou Mariza França, integrante do grupo.
As ações do TSPI são pautadas na promoção da saúde e qualidade de vida da pessoa idosa, no protagonismo, direitos sociais e cidadania, memória e histórias de vida, expressões artístico-culturais e intergeracionalidade.
Mariza França tem 74 anos e mora sozinha há cerca de 08 anos, mesma época em que ingressou no grupo. “Este Grupo Plenitude foi a salvação da minha vida, pois na época eu estava em uma depressão ‘braba’. Desde que aposentei, há 24 anos, eu não tinha amigas. Agora eu tenho grandes amigas, com ótimos relacionamentos com todas, pois o número é pequeno, mas de muitíssima qualidade e estas todas são muito iluminadas”, contou.
O Grupo Plenitude tem 200 participantes atualmente, com pessoas entre 60 e 94 anos. Ele ajuda no dia a dia dos seus membros através dos encontros onde os integrantes “compartilham suas experiências exitosas ou não, acolhendo os que chegam, conversando e trazendo sugestões de temáticas que interessam os que se encontram nessa situação”, disse Hildeana.
Atualmente, Mariza encontra-se em tratamento de um câncer de mama. “Estou fazendo o tratamento, indo e vindo para Belém nos dias da quimioterapia. Mesmo no hospital, minhas amigas do Plenitude nunca esquecem de me mandar mensagens de força e fé”, acrescentou a participante. Envelhecer de forma ativa é fundamental para uma vida com qualidade e saúde, participando da sociedade e desmistificando a imagem da velhice como algo negativo.