A Justiça Eleitoral manteve, na manhã desta terça-feira (15), a prisão preventiva do coronel da Polícia Militar Francisco de Assis Galhardo do Vale, do soldado Ellis Dangeles Noronha Martins e do empresário Geremias Cardoso Hungria. Os três são investigados por suspeita de compra de votos, após terem sido flagrados sacando quase R$ 50 milhões no Pará, apenas três dias antes do primeiro turno das eleições.
O pedido de habeas corpus foi julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Pará, que, por quatro votos a dois, decidiu manter a decisão da 50ª Zona Eleitoral de Castanhal, no nordeste do estado, que converteu a prisão em flagrante dos acusados em prisão preventiva. A prisão ocorreu no dia 4 de outubro, após uma denúncia anônima à Polícia Federal (PF).
De acordo com as investigações, o montante sacado seria utilizado para a compra de votos em apoio ao candidato do MDB, Antônio Doido, que ficou em segundo lugar na disputa pela prefeitura de Ananindeua. A PF revelou que o coronel Galhardo sacou R$ 4.980.000,00, enquanto no veículo conduzido pelo empresário Geremias Hungria foram encontrados R$ 380.000,00, e o restante do valor, R$ 4.600.000,00, estava com o soldado Ellis Noronha dentro de uma agência bancária.
Os acusados alegaram que parte do valor seria destinada ao pagamento de funcionários de uma fazenda pertencente ao candidato Antônio Doido, mas não conseguiram justificar a outra parte do dinheiro.
A relatora do habeas corpus, juíza Rosa Navegantes de Oliveira, afirmou que a manutenção da prisão preventiva “é essencial para garantir a lisura das investigações e evitar qualquer interferência por parte dos acusados”, ressaltando ainda a gravidade das acusações e a posição de autoridade dos réus como justificativas para a medida cautelar.
A decisão reforça o compromisso da Justiça Eleitoral em coibir práticas ilegais que possam comprometer o processo democrático e garantir eleições limpas e transparentes.