A Meta, empresa que controla o Instagram, Facebook e WhatsApp, anunciou que, a partir de 2025, suspenderá a possibilidade de usuários criarem filtros de realidade aumentada para as suas plataformas. No entanto, os filtros desenvolvidos pela própria empresa continuarão disponíveis. A medida causou insatisfação entre designers e profissionais que utilizam os filtros como fonte de renda e visibilidade.
Para Isabella Chaves, designer especializada na criação de filtros, a decisão representa um golpe em sua atividade profissional. “Eu já fiz mais de 100 filtros nesse tempo e já tive mais de 500 mil impressões no Instagram e no Facebook. A plataforma veio para somar muito, não só com a gente, criador de conteúdo, mas também com os profissionais que adquiriram esses filtros e ganharam visibilidade junto com isso”, explicou Isabella, que cobra entre R$ 100 e R$ 500 por filtro, dependendo do projeto.
A discussão sobre o impacto dos filtros vai além do mercado de design e atinge o campo da saúde mental e estética. Nos últimos anos, a busca por procedimentos estéticos, especialmente entre jovens, aumentou devido à influência de filtros que criam imagens perfeitas e irreais nas redes sociais. O cirurgião plástico André Maranhão, diretor da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, vê a suspensão como algo positivo. “A redução dos filtros é positiva, um controle maior para evitar exageros. Entendo que todos querem ficar bem na foto, mas alterações faciais estruturais podem gerar uma personalidade distorcida e uma percepção da realidade que não é atingível”, alertou.
Embora a Meta não tenha justificado a mudança como uma preocupação com os efeitos psicológicos dos filtros, o debate sobre o impacto dessas ferramentas na autoestima e nos padrões de beleza continua crescendo. O fim da criação de filtros personalizados marca um novo capítulo na relação entre redes sociais e seus usuários, que precisarão se adaptar a essa mudança no próximo ano.